Alimentos sem compostos químicos…

Adriana disse:
A embalagem de um alimento orgânico traz a informação: ‘Isento de elementos químicos’. Eu gostaria de saber se essa informação é correta ou como deveria ser apresentada.

Adriana, com a popularização dos alimentos orgânicos, dúvidas surgem até mesmo sobre a denominação “orgânico“, já que na Química, o termo orgânico é relacionado à todos ou principalmente aos compostos que apresentam C e H em suas composições e dão origem à CO2 e H2O quando sofrem combustão.

Você pergunta se é possível afirmar que um alimento é isento de elementos químicos e a resposta simples é não. Um alimento, seja qual for a forma de produção, não pode ser classificado como sem elementos químicos, já que tudo aquilo que existe e está ao nosso redor, incluindo os alimentos, é formado por um, dois ou diversos elementos químicos combinados entre si.



O que o produtor pretendia informar, é: alimento isento de fertilizantes químicos e agrotóxicos. Alimento produzido por cultura orgânica.

É importante destacar que muita gente associa elementos químicos, ou compostos químicos à compostos danosos à saúde ou ao meio ambiente, de maneira errada, já que existem compostos químicos importantes para a vida.

algo diferente .

Compostos químicos na composição do batom

Mariana perguntou:
Quais são os compostos químicos que estão presentes na composição de batom?

Mariana, os batons utilizados para dar cor aos lábios das pessoas são misturas homogêneas, ou seja, é um conjunto de compostos químicos que se misturam em uma única fase, não sendo possível diferenciar compostos ao olhar para um batom.

Um batom tem em sua composição centenas de compostos químicos, sendo difícil listar todos aqui. No entanto, é possível afirmar que um batom apresenta componentes indispensáveis, tais como as ceras, os pigmentos, óleos perfumantes e alcoóis.

Existem nos batons cera de abelha, cera de candelila  e cera de carnaúba, que são responsáveis por permitir que os batons se apresentem na forma sólida. Os pigmentos são os compostos responsáveis por dar a cor do batom. Para batom rosa, há uma combinação de pigmentos em determinada proporção, que permite uma tonalidade mais ou menos intensa. Os alcoóis são compostos que podem ser usados como solventes em alguma etapa do processo de preparo do batom e permanecem em traços ou ser usado para favorecer a hidratação da pele. Para favorecer a hidratação da pele, utiliza-se glicerol (1,2,3-propanotriol).

Mariana, já escrevemos um texto específico sobre batom, que você pode acessar aqui. Nesse texto, você tem acesso à outras interessantes informações sobre composição e histórico de batons.

Água destilada e água de torneira – resposta à dúvida

Apresentamos algumas dúvidas enviadas ao QuiProcura e suas respectivas respostas. Se você tiver uma dúvida sobre química, nos encaminhe, que em breve ela poderá estar aqui.

As dúvidas são apresentadas da maneira que são encaminhadas para o blog, com pequenas correções ortográficas, de pontuação e acentuação para facilitar o entendimento.

Regis disse (dúvida):
“Qual é a diferença entre a água normal de torneira e a
água destilada?

Regis, a água de torneira é uma solução homogênea, pois além de H2O, pode possuir muitos sais ou íons dissolvidos, tais como: cloreto, sulfato, fluoreto, sódio, potássio, magnésio, ferro e outros. Além dos íons naturalmente encontrados na água, a companhia de tratamento (a responsável por colocar a água no encanamento que chega até a sua casa) adiciona agentes para desinfecção da água, ou seja, substâncias que eliminam vírus, bactérias e outros micro-organismos que podem estar presentes. Os hipocloritos são as substâncias mais comuns (hipoclorito de sódio e hipoclorito de cálcio). Além de substâncias com ação desinfectante, há também a adição de fluoretos, que ajudam a minimizar problemas dentários, como a cárie. E graças à movimentação da água, em ambiente aberto, desde o afloramento na nascente até o direcionamento para as tubulações que terminarão em sua residência, grande quantidade de ar atmosférico também dissolve na água e estará presente na água da torneira de sua casa.

A água destilada, por sua vez, é uma versão mais purificada da água de torneira, ou seja, apresenta menos íons dissolvidos e não possui gases dissolvidos. Para obter água destilada, basta ferver uma porção de água de torneira ou água filtrada e recolher e condensar o vapor que é formado na ebulição da água. Esse vapor condensado, aquele mesmo que fica na tampa da panela, quando se cozinha arroz, é um exemplo de água destilada. Mas em laboratórios ou indústrias, a produção de água destilada é um pouco mais sofisticada do que pegar água da tampa de uma panela. Na destilação de água em laboratórios ou indústria, recolhe-se todo o vapor formado da ebulição da água (ou a sua maioria) e força a sua condensação, obtendo água destilada, com poucos íons dissolvidos, que foram carreados pelo vapor e nenhum ou pouquíssimo gás dissolvido.

Devido ao fato da água destilada não apresentar, ou apresentar poucos íons dissolvidos, a sua ingestão não deve ser realizada, pois pode diminuir de maneira perigosa a concentração de sais no organismo vivo. Além disso, o seu sabor é caracteristicamente diferente do sabor da água potável.

Sal para churrasco e sal do Himalaia – resposta à dúvida

Apresentamos algumas dúvidas enviadas ao QuiProcura e suas respectivas respostas. Se você tiver uma dúvida sobre química, nos encaminhe, que em breve ela poderá estar aqui.

As dúvidas são apresentadas da maneira que são encaminhadas para o blog, com pequenas correções ortográficas, de pontuação e acentuação para facilitar o entendimento.

Lucas disse (dúvida):
Eu vejo vários produtos vendidos como sal. Eu aprendi que o sal de cozinha é NaCl, mas o sal para churrasco ou o sal do himalaia é NaCl também?

Lucas, o tema da sua dúvida já foi discutido aqui no quiprocura, se preferir, veja o texto sobre sal. Para começar, posso te falar que sal é um conjunto de compostos e não apenas um produto específico. Sal é uma função química, que normalmente representa produtos de uma reação química entre um ácido e uma base. Existem centenas ou milhares de diferentes sais. Uma característica comum a todos eles é o gosto salgado, que alguns apresentam em maior intensidade e outros apresentam em menor. Quando falamos sobre sais aplicados à alimentação, destaca-se o NaCl, sal bastante abundante em todo o planeta, seja dissolvido na água do mar ou encontrado em minas subterrâneas em alguns pontos do mundo. No Brasil, o sal de cozinha, que é praticamente só NaCl é extraído da água do mar, por processo específico. O sal grosso, ou sal de churrasco comercializado por aqui também apresenta a mesma origem. O sal light é uma versão “mais saudável” do sal de cozinha comum. O sal light é uma mistura, normalmente, meio a meio de NaCl e KCl, além de aditivos em pequenas quantidades. Este sal é considerado mais saudável por conter menos sódio do que o sal comum. Já o sal do Himalaia é um sal rosa, que normalmente nem é extraído da região do Himalaia, mas recebe esse nome e é comercializado como sal de melhor qualidade. O sal do Himalaia é praticamente NaCl, com uma contaminação característica que dá a coloração rosa. Este sal é extraído de minas subterrâneas de sal, nas quais se extrai pedaços ou placas de sal com vários centímetros. Ou seja, o sal do Himalaia é extraído já na forma sólida, enquanto o sal comum é extraído a partir da água do mar, pelo menos aqui no Brasil. Lendo o texto que é apresentado no início da resposta, você entenderá melhor sobre os diferentes tipos de sal que temos a disposição nos supermercados.




Dióxido de Carbono – Importância para a vida e suas aplicações

DIÓXIDO DE CARBONO – FONTES E IMPORTÂNCIA PARA A VIDA

O dióxido de carbono (CO2) é um gás inseparável da maioria das formas de vida no planeta Terra. O gás  carbônico ou dióxido de carbono (CO2) é o gás que exalamos quando respiramos. Esse gás é um dos produtos finais do metabolismo celular, ou seja, quando um composto orgânico é queimado/metabolizado nas células, há formação de CO2 e H2O como produtos principais. O dióxido de carbono possui massa molar igual a 44g/mol e se apresenta, em condições ambientes, como um gás.

O gás carbônico é também um gás produzido a partir da queima/combustão completa de material orgânico (composto formado principalmente por átomos de carbono e hidrogênio, podendo conter heteroátomos), que ocorre na presença de gás oxigênio e quantidade de energia suficiente para iniciar a reação. Quando a reação de combustão se inicial, se há material orgânico e gás oxigênio, haverá grande liberação de energia, em quantidade superior à energia fornecida para iniciar a reação. Embora o CO2 seja o produto final da oxidação do átomo de carbono e seja relativamente inerte em condições ambiente, esse composto não é sempre inerte, pois vegetais possuem a capacidade de absorver tais gases, combiná-lo com moléculas de água (H2O) e produzir carboidratos, em um processo conhecido como fotossíntese.

É graças à fotossíntese, principalmente, que o dióxido de carbono é recuperado à compostos de carbono que, por sua vez, podem ser consumidos por animais, possibilitando as formas de vidas existentes em nosso planeta.

Quando é gerada energia em uma célula, por exemplo, é liberado CO2 e também energia. A energia produzida pode ser usada para levantar um peso ou até mesmo gerar um pensamento.

O dióxido de carbono não é produzido apenas a partir da queima completa de compostos orgânicos (seja na respiração de organismos vivos ou na combustão de material orgânico), mas também a partir da fermentação de carboidratos, que é um processo de produção de energia, mas sem a presença de gás oxigênio, ou seja, um processo anaeróbico. No processo de fermentação de um carboidrato, haverá a formação de um álcool e também dióxido de carbono. É através do processo de fermentação de um carboidrato que o etanol é produzido no Brasil, por exemplo. E a cerveja, bebida bastante popular no país, é o produto direto da fermentação de carboidratos. A cerveja por ser uma bebida alcoólica derivada da fermentação de carboidratos, já possui gás carbônico dissolvido em sua composição, desde a fermentação. E é esse gás que é um dos responsáveis pela formação da espuma da cerveja.

Quando o gás carbônico é dissolvido em água, ocorre uma reação química que fica em equilíbrio químico. A dissolução de CO2 e água produz ácido carbônico, H2CO3, que pode se decompor e formar novamente CO2 e H2O. Esse equilíbrio químico pode ser afetado por variação de temperatura, concentração de gás carbônico, por exemplo (veja mais sobre equilíbrio químico).

O gás carbônico proveniente da fermentação de carboidratos também é usado na produção de pães, para deixar a massa mais macia e fofa. Mas na produção de bolos, por exemplo, é utilizado fermento químico, que produz dióxido de carbono, mas através da decomposição de uma substância química. A produção de gás é menor nesse processo químico, daí o uso de fermento químico ser mais comum em massas leves.

A atmosfera terrestre possui grande quantidade de gás carbônico dissolvido. Se considerarmos a atmosfera seca, sem vapor de água, o CO2 é o 4º principal gás. Esse gás presente na atmosfera é o que participa da fotossíntese e também do efeito estufa, que permite o equilíbrio de temperatura na Terra. Devido à queima excessiva de combustíveis não renováveis, como os derivados de petróleo, a concentração de gás carbônico tem aumentado ao longo dos anos, intensificando o efeito estufa e favorecendo o aquecimento global.

Nas águas naturais, tais como rios, lagos e oceanos há grande volume de dióxido de carbono dissolvido e na forma de carbonatos, como os presentes nas conchas de moluscos marinhos. Na forma de calcário, o CO2 pode ser encontrado em rochas calcárias, que nada mais são do que calcários metálicos, como o carbonato de cálcio (CaCO3) ou o carbonato de sódio (Na2CO3).

Escrito por: Miguel A. Medeiros
Revisado em: 15 de fevereiro de 2016

Oxigênio não é ar

Gás oxigênio não é ar

Muita gente confunde gás oxigênio e ar e isso não é por acaso, uma vez que, um dos constituintes do ar atmosférico é o gás oxigênio. O ar atmosférico é uma mistura gasosa e homogênea, que possui como principais constituintes: o gás nitrogênio, N2 (75%); o gás oxigênio, O2 (20%), gás carbônico, CO2 (4%); outros gases (1%). Para saber mais sobre ar atmosférico, clique aqui.

 

E oxigênio, o que é?

O oxigênio é um elemento representativo e ametal, que se encontra no 16º grupo da Tabela Periódica, que também é chamado de família dos calcogêneos. O oxigênio é o primeiro elemento deste grupo, possui número atômico igual igual a 8, massa molar 16,00 g/mol e símbolo químico, “O“.

O gás oxigênio é uma substância fundamental para a vida, principalmente na concentração que se encontra na atmosfera (em torno de 20%), mas o elemento químico oxigênio também é importante e bastante presente em outros compostos essenciais à vida, como por exemplo na água (H2O) e em carboidratos, proteínas, etc.

O oxigênio elementar só foi descoberto no século XVIII, 1774. Normalmente, a descoberta do oxigênio é atribuída a Joseph Priestley, embora Lavoisier tenha obtido o mesmo gás, a partir de óxido de mercúrio, que por sua vez foi obtido a partir da calcinação do mercúrio.

Priestley ao obter oxigênio, acreditava ter obtido óxido nitroso, mas foi Lavoisier que provou que o gás obtido do tratamento de óxido de mercúrio com ácido nítrico, seguido da decomposição térmica do nitrato de mercúrio era oxigênio e não óxido nitroso como Priestley acreditava.

O nome do elemento químico foi dado por Lavoisier, que o denominou de princípio acidificante, ou principe oxygine.

Em 1772, Carl Scheele, de forma independente, analisando o ar atmosférico, observou que o oxigênio fazia parte da mistura de gases, no entanto,  os resultados não foram divulgados de imediato.



Ocorrência
Oxigênio está disponível na natureza, na forma de substâncias simples, tais como gás oxigênio (O2) e gás ozônio (O3). Em substâncias compostas, ou seja, formada por átomos de diferentes elementos químicos, é possível encontrar oxigênio na água (H2O), ou em diversos óxidos, carbonatos, nitratos, silicatos, ou compostos orgânicos diversos, presentes nas diferentes formas de vida.

Aplicações
        O gás oxigênio é muito importante na respiração de muitos seres vivos, além de ser usado como comburente. Já o ozônio está presente em parte elevada da atmosfera, estratosfera, entre 20 e 25 km da superfície terrestre, em alta concentração, na chamada camada de ozônio, responsável por filtrar a radiação ultravioleta proveniente do Sol. O ozônio é um gás tóxico, mas é usado como agente desinfectante, para purificação de água e outras substâncias.

Outros compostos que possuem oxigênio em suas estruturas, tais como os óxidos, carbonatos, etc  possuem inúmeras aplicações, dependendo do elemento associado ao oxigênio.

Escrito por: Miguel A. Medeiros
Revisado em: 29 de junho de 2015

Referência
1-
Medeiros, M. A., Software QuipTabela, versão 4.01, 2004.

Diamante é duro, mas quebra

Diamante é duro, mas quebra…

O diamante é uma das formas alotrópicas do carbono, que também pode se apresentar na forma pura como: grafite, carvão e fulerenos. Em compostos, ele pode ser encontrados em carbonatos, hidrocarbonetos, carbetos, etc.

O diamante possui uma estrutura extremamente unida e com ligações fortes, na qual, cada um dos átomos está unido a outro por ligações covalentes poderosas e altamente direcionadas a quatro carbonos vizinhos, dispostos nos vértices de um tetraedro regular (com orbitais híbridos do tipo sp3).

Esta forma alotrópica do carbono é a substância natural mais dura conhecida pelo homem. O diamante possui dureza igual a 10, segundo a Escala de Dureza de Mohs, que varia de 1 a 10 (1 – talco e 10 – diamante).  O diamante pode ser utilizado para riscar, marcar, ou cortar qualquer outra substância, dura ou não. A dureza do diamante é derivada da sua estrutura altamente compacta.

O diamante além de ser altamente duro, é também um bom isolante elétrico, pois seus elétrons de valência estão firmemente envolvidos nas ligações sigma entre os átomos de carbonos, não sobrando elétrons livres para conduzir corrente elétrica, como no caso da grafite, que possui elétrons livres.

Dureza ou Tenacidade

Dureza – se relaciona à capacidade de um material riscar e ser riscado por outros materiais. Quanto maior for a dureza do material, maior será a sua capacidade em riscar outros materiais ou maior será a sua capacidade em resistir ao risco.
Tenacidade – se relaciona à capacidade de resistir ao impacto. Ou seja, quanto maior for a tenacidade de um material, maior será a sua capacidade em resistir à um impacto físico.

O diamante é altamente duro, ou seja, risca qualquer outro material existente, no entanto, sua tenacidade não é grande como sua dureza. Sendo assim, o diamante pode sim ser quebrado, mas só pode ser riscado por outro diamante. Uma martelada em uma pedra de diamante pode quebrá-lo em diversos pedaços.

Diamante produzido em laboratório

A produção de diamante em laboratório é possível mas não é viável economicamente. A síntese envolve o emprego de altíssimas pressões e temperaturas, o que gera elevado custo de produção.

A primeira vez que se obteve diamante em laboratório foi em 1905, quando o físico Charles Burton alegou haver produzido cristais microscópicos de diamantes pela dissolução de carbono em liga fundida de chumbo e cálcio.

Em 1985, Felix Sebba da Universidade da Virgínia conseguiu produzir diamantes a partir de CaC (carbureto de cálcio) com chumbo fundido, obtendo pequenos cristais de diamante.

Recentemente, diamante foi obtido à temperatura ambiente, tratando o fulereno C60 à altas pressões. O que ocorreu foi a compressão de fuligem do fulereno até ~ 200 atm, produzindo uma pastilha brilhante e translúcida, que se mostrou ser diamante, através de análise por difração de raios-X.

A produção artificial de diamante não é economicamente viável, uma vez que manter condições de altas pressões e temperaturas não é fácil, nem barato. Sendo assim, fica mais barato adquirir um diamante natural do que produzir uma pedra artificialmente.

Escrito por: Miguel A. Medeiros
Revisado em:
 12 de dezembro de 2015

Radiação X ou Raios X

Raios – X

Quem nunca tirou uma radiografia do braço, da perna, ou até mesmo da arcada dentária?

Este fato é bastante comum para todos, mas o que é exatamente a radiografia?

A radiografia é uma espécie de filme revelado a partir da radiação X incidente em sua superfície. O que possibilita a sua existência, é o fenômeno físico da difração de raio X.

A radiação X é um tipo de radiação eletromagnética, que possui comprimento de onda, da ordem de 10-10m. Ela é obtida a partir da emissão de elétrons de um dispositivo que os aceleram por uma diferença de potencial. Estes elétrons são, então, freados bruscamente, utilizando um anteparo, chamado de “alvo”. Quando os elétrons acelerados são freados bruscamente, a radiação X é formada.

Até uns anos atrás, todos nós estávamos expostos a este tipo de radiação, sem muita escolha, pois os monitores de computador e televisores que usavam tubo de imagem emitiam pequenas quantidades de raios X, pois em tais monitores e televisores, para geração de imagem, era necessário haver a aceleração de elétrons que colidiam contra a tela (anteparo). Como os elétrons eram freados bruscamente, era produzida radiação X. Mas nos equipamentos mais recentes, haviam dispositivos que bloqueavam a emissão de tal radiação.

Ao tirar uma radiografia, estamos nos expondo diretamente à radiação X, ou seja, estamos ficando exposto a um feixe de radiação eletromagnética do tipo ionizante, que pode provocar diversos danos ao organismo, como: modificação no DNA, queimaduras graves e formação de radicais livres, que podem dar origem ao um câncer, por exemplo. Os danos causados pela radiação X pode ser comparados aos provocados pela radiação gama. E é devido a isso que cada vez menos é solicitado aos pacientes a realização de radiografias de raio X.

Mas, na Química, a difração de raio X pode gerar informações valiosas sobre características da estrutura de um composto. Assim, como o infravermelho, é possível a partir do uso da difração de raio X obter informações, com tal certeza, sobre a possível estrutura do composto.

No caso do raio X, os resultados são ainda mais precisos. Estas informações são geradas pelo fenômeno físico da difração e também da interferência, ou seja, quando os raios incidem sobre um cristal, ocorre a penetração do raio na rede cristalina, a partir disso, teremos várias difrações e também interferências construtivas e destrutivas. Os raios X interagirão com os elétrons da rede cristalina e serão difratados.

Para se analisar a difração, basta colocar um dispositivo capaz de captar os raios difratados e traçar o espalhamento, ou seja, o desenho da forma da rede cristalina ou estrutura que refletiu e difratou os raios X.

Esta é uma maneira muito valiosa para determinar e estudar a forma de organização de um composto, sendo muito ampla e rica, não se restringindo à este simples texto.

Escrito por: Miguel A. Medeiros
Revisado em: 28 de junho de 2015

Fogos de Artifício – A química de como funcionam

Fogos de Artifício – Como funcionam?

Final de ano, nada mais comum que passar a virada do ano vendo o show de fogos de artifício, seja ao vivo ou pela TV. Quem nunca fez isso?

Shows de fogos de artifício são muito bonitos, no entanto, o barulho nas redondezas do espetáculo é gigantesco. E isso, é devido à grande quantidade de pólvora existente em um fogo de artifício.

Composição e Histórico

Um fogo de artifício é composto basicamente por pólvora (mistura de enxofre, carvão e salitre ‘nitrato de potássio’) e por um sal de um elemento determinado (o que irá determinar a cor da luz produzida na explosão).




A pólvora foi bastante utilizada nos últimos séculos, principalmente, no século XX, durante a 1ª e 2ª Guerra Mundial. Geralmente, a descoberta da pólvora é atribuída aos chineses, que aparentemente a fizeram por volta do ano 1000 d.C. ou seja, por volta do século XI. Foi também os chineses que inventaram os fogos de artifício. Não como eles são encontrados hoje, mas de uma forma primária.

Na Europa, como é de conhecimento de muitos, ocorreram diversas guerras, dentro e patrocinadas por seus países. Isso ajudou no desenvolvimento de técnicas de trabalho com a pólvora e até a sua melhoria. Neste continente, a pólvora chegou por volta do século XIII ou XIV, mas só no século XVIII, durante a Revolução Francesa que a sua produção foi melhorada. Antoine Laurent Lavoisier, durante esta revolução, foi nomeado como o responsável pela munição, ou seja, pela pólvora, já que possuía conhecimentos em química. Até então, o salitre utilizado na produção de pólvora era obtido de forma primitiva e em pequenas quantidades. Lavoisier foi quem descobriu uma maneira de sintetizar o salitre em grandes quantidades, o que possibilitou um aumento sensível na produção e utilização da pólvora.

A pólvora, em um fogo de artifício, possui, além do nitrato de potássio (KNO3), perclorato de potássio (KClO4) ou clorato de potássio (KClO3).  Estes compostos são denominados oxidantes e são altamente explosivos. A presença desses sais (KClO4 e KClO3) é uma forma de aumentar a explosão e a claridade proporcionada pelo fogo de artifício. Geralmente é utilizado sais de potássio, mas não de sódio, isso é devido ao fato dos sais de sódio absorverem água da atmosfera com maior facilidade do que os sais de potássio. Esse fato é o que impossibilita a utilização de sais de sódio em fogos de artifícios, uma vez que ao serem estocados, caso fossem feitos com sais de sódio, ocorreria a absorção de água, o que atrapalharia no momento da explosão do fogo. Além da intensa luz amarela que é obtida com os sais de sódio, que ofuscaria as outras cores.

A Química das cores dos fogos de artifício

As cores produzidas em um show de fogos de artifício são produzidas a partir de dois fenômenos, a incandescência e a luminescência.

Incandescência

A incandescência é a luz produzida pelo aquecimento de substâncias. Quando se aquece um metal, por exemplo, ele passa a emitir radiação infravermelha, que vai se modificando até se tornar radiação visível na cor branca. Isso irá depender de qual temperatura é atingida. Um exemplo de incandescência são as lâmpadas incandescentes, onde existe um filamento de tungstênio que é aquecido e passa a produzir luz, a partir da incandescência. Este fenômeno é, também, visto nos fogos de artifício, nos quais são utilizados metais como o alumínio e magnésio, que ao queimarem produzem alta claridade.




Luminescência

A luminescência é a luz produzida a partir emissão de energia, na forma de luz, por um elétron excitado, que volta para o nível de energia menos energético de um átomo.

Este fenômeno, a luminescência, pode ser explicado da seguinte forma: 1) Um átomo, de um elemento químico qualquer, possui elétrons em níveis de energia. Ao receber energia, estes elétrons são excitados, ou seja, são promovidos a níveis de energia mais elevados. A quantidade de energia absorvida por um elétron é quantizada, ou melhor, é sempre em quantidades precisas, não podendo ser acumulada. 2) O elétron excitado tem a tendência de voltar para o nível menos energético, pois é mais estável. Quando ocorre esta passagem, do nível mais energético para o menos, ocorre também a liberação da energia absorvida, só que agora, na forma de um fóton, ou seja, na forma de luz.

A luminescência é uma característica de cada elemento químico. Ou seja, átomos de sódio quando aquecido, emitem luz amarela, pela luminescência. Já os átomos de estrôncio e lítio produzem luz vermelha. Os de bário produzem luz verde e assim por diante.

Os fogos de artifício utilizam deste fenômeno e desta variedade, uma vez que há fogos das mais diversas cores. No entanto, nos fogos de artifício são utilizados sais destes elementos químicos, pois o elemento puro, é muitas vezes, reativo.  Na tabela a seguir, há uma relação entre as cores e os sais dos elementos químicos utilizados para a sua produção.

 

 

Sais de sódio, tais como: NaNO3,  Na3AlF6 e NaCl

Sais de cobre, tais como: CuCl2 e Cu3As2O3Cu(C2H3O2)2

Sais de cálcio, tais como: CaCl2, CaSO4 e CaCO3

Sais de estrôncio e lítio, tais como: SrCO3 e Li2CO3

Sais de bário, tais como: Ba(NO3)2e BaCl+

Mistura de sais de estrôncio e cobre

Alumínio e magnésio, metálicos ou sais

 

 

Referência Bibliográfica
1-
KOTZ, J., C., TREICHEL, P., Química e Reações Químicas, 3ª edição, volume 2; Rio de Janeiro, Editora LTC, 1998.
2-Tosi, L. Química Nova. 1989,12(1), 33-56.

Radiação Eletromagnética

Radiação Eletromagnética

 

Ondas de rádio, TV, microondas, infravermelho, laser, raios-X, raios γ, ultravioleta e visível são consideradas radiações eletromagnética. No entanto, o que é radiação eletromagnética?

Radiação eletromagnética é a definição dada à ondas que se propagam no vácuo ou no ar com velocidade de 300.000 km/s, que também é a velocidade com a qual a luz se propaga (a luz também é uma radiação eletromagnética). Uma outra característica das ondas eletromagnéticas é a capacidade de transportar energia e informações.

Existem vários tipos de radiação eletromagnética, com semelhanças entre si e também características diferentes.

O que diferencia uma radiação eletromagnética de outra radiação eletromagnética é o seu comprimento de onda. Mas o que é comprimento de onda?

Comprimento de onda (λ) é a distância entre dois pontos máximos de uma onda, observe:

O comprimento de onda (λ) de uma onda eletromagnética (radiação eletromagnética) é o que irá diferenciá-las. Existem ondas eletromagnéticas com grandes comprimentos de onda, tais como as ondas de rádio (AM e FM) e TV (UHF e VHF). Por outro lado, existem radiações com comprimento de onda bem pequeno, como é o caso da radiação-X e radiação γ (radiação gama).

O fato do comprimento de onda ser grande ou pequeno influi diretamente em sua frequência (ν), que é a variação da onda por segundo, ou seja, é a rapidez com a qual a onda se propaga (é a rapidez com que os comprimentos de onda se repetem). Quanto menor for o comprimento de onda (λ), maior será a frequência (ν) e, quanto maior for o comprimento de onda (λ), menor será a frequência (ν), já que a velocidade da radiação é a mesma (300 000 km/s = c = velocidade da luz).

Essa relação pode ser observada a partir da equação:

ν = c / λ

A relação entre o comprimento de onda e a frequência pode ser também observada a partir do espectro eletromagnético, que mostra o crescimento da frequência e a diminuição do comprimento de onda. A medida em que a frequência da onda aumenta, aumenta também a sua energia, então a radiação gama é mais energética que a radiação AM, por exemplo.

Observando o espectro eletromagnético, quanto mais a esquerda estiver a radiação eletromagnética, maior ser a frequência da radiação e maior ser a energia transportada por ela. Se duas radiações eletromagnéticas interagem com a matéria, o efeito será diferente. Radiações com elevada frequência, ou seja, grande energia, como a radiação gama e radiação X promovem a ionização de moléculas, já radiações com menor frequência, podem promover a rotação (radiação de microondas) ou a agitação (radiação infravermelho) de moléculas.