Apresentamos algumas dúvidas enviadas ao QuiProcura e suas respectivas respostas. Se você tiver uma dúvida sobre química, nos encaminhe, que em breve ela poderá estar aqui.
As dúvidas são apresentadas da maneira que são encaminhadas para o blog, com pequenas correções ortográficas, de pontuação e acentuação para facilitar o entendimento.
Sérgio disse (dúvida): “Minha professora de física nos fez uma pergunta muito intrigante, … cozimento de arroz é classificado como um fenômeno físico ou químico?“
Sérgio, transformação química é aquela que ocorre com modificação da composição das substâncias iniciais e formação de novas substâncias. Já a transformação física é aquela que ocorre com conservação da composição de substâncias iniciais. Reversibilidade, irreversibilidade e conservação da massa são características que podem ser de ambos os processos (transformação física e transformação química da matéria). O cozimento de arroz é uma transformação química, já que ocorre alterações na composição das substâncias iniciais ( presentes no grão de arroz cru), com formação de novas substâncias. O cozimento de arroz é uma sequência de reações, que podem variar de acordo com a forma de preparo de cada cozinheiro ou o tipo do arroz. A cocção de arroz, normalmente se inicia com a adição de óleo vegetal na panela quente e adição dos grãos de arroz, que serão fritos por alguns minutos, normalmente, até mudarem sua aparência para um tom mais banco, o que caracteriza transformações químicas por aquecimento. Esse processo ajuda os grãos de arroz ficarem mais soltos no final do cozimento, já que o grão é selado. Se o arroz começar a dourar, ocorre aí reações de caramelização, já que é rico em carboidratos. Ao adicionar água fervente (ou não), o arroz frito (refogado) começa a sofrer hidratação e os carboidratos presentes sofrem alterações estruturais irreversíveis. Esse processo de hidratação é conhecido como gelatinização do amido, que é responsável pela maciez e textura do grão cozido. Para cada tipo de arroz há uma proporção de água/arroz a ser utilizada para que os grãos fiquem com maciez e textura agradável, embora maciez e textura sejam características que dependem de quem degusta o arroz. Sérgio, o processo de cozimento de arroz é considerado um fenômeno químico, pois devemos analisar a substância inicial, grão de arroz cru e a substância final, grão de arroz cozido, embora envolve também transformações físicas paralelas (como a evaporação da água e a dissolução do sal em água).
https://quiprocura.net/w/wp-content/uploads/2020/01/duvida.jpg206207Miguelhttp://quiprocura.net/w/wp-content/uploads/2016/10/quiprocura-prof-miguel-1.gifMiguel2020-01-27 11:02:532020-03-03 08:25:59Transformações químicas e físicas – resposta à dúvida
Sal, sal de cozinha, sal de mesa, sal grosso, sal rosa…
O NaCl, ou simplesmente, sal, é amplamente utilizado no Brasil e no mundo.
Quando vamos fazer um churrasco, o que é preciso? Carne, sal e brasa. O sal utilizado neste exemplo, pode ser do mais variado tipo, refinado, grosso, rosa, light, com ervas, etc.
Algo em comum, em todos esses exemplos de sal já citado é a presença de NaCl (cloreto de sódio – o constituinte principal, acima de 99%) e KI (iodeto de potássio – responsável pela presença de iodo no sal). Para evitar que o sal finamente triturado se agregue, formando pedras ou até mesmo juntando bastante umidade, são usados ferrocianeto de sódio e alumínio silicato de sódio (responsáveis pela diminuição da umidade do produto, evita que o sal empedre).
O sal de cozinha quando dissolvido em água, forma uma solução turva, que é decorrente da não solubilidade destes anti-umectantes em água. Uma solução de NaCl puro, ou melhor, de NaCl utilizado como reagente em laboratórios químicos é transparente, pois não apresenta anti-umectantes.
O NaCl, constituinte principal do sal de cozinha (sal comum, ou sal para churrasco), pode ser obtido de minas naturais de sal, a céu aberto, nas quais ele é chamado de halita, um mineral. No entanto, ele também pode ser obtido a partir da água do mar, por evaporação da água. Neste último processo, a água do mar, que contém além do NaCl, diversos outros sais, tais como carbonatos e sulfatos, sofre ação do Sol e de ventos, para a precipitação dos diversos sais e obtenção final do NaCl, que é muito solúvel em água.
Do total de sal extraído no mundo, atualmente, cerca de 5% apenas é para consumo humano. A maior parte da produção de NaCl é utilizado nas indústrias, para diversos fins, tais como produção de NaOH, cloro gasoso, produção de papel, tecidos, cosméticos, tinturas, remédios, etc.
No Brasil, a maior parte do sal consumido na cozinha, é obtida da água do mar. O cloreto de sódio, NaCl, é um compostos iônico formado pela união de um metal alcalino altamente reativo, o sódio, e um halogênio, também reativo, o cloro. A combinação destes dois elementos dá origem a um compostos que é desejado a muito tempo e por muitos. No entanto, não é todos que podem consumir o NaCl da forma desejada. Algumas vezes, é necessária a “ajuda” de um médico para auxiliar no consumo deste ingrediente tão precioso em nossa culinária.
Um constituinte fundamental do sal de cozinha, o íon sódio, é responsável pela troca de água das células com o seu meio externo, ajudando-as a absorver nutrientes e eliminar resíduos. Além disso, ele tem fundamental importância no processo de contração muscular. No entanto, ele está associado à problemas cardiovasculares e de hipertensão, daí a importância de seu consumo ser moderado.
Mas, qual é a diferença entre o NaCl e o sal de cozinha?
Bom, a diferença está no fato do sal de cozinha ser uma mistura de NaCl e compostos de iodo, que são introduzidos com o intuito de prevenir os chamados DDI (Distúrbios por Deficiência de Iodo), que são problemas de saúde, tais como: o bócio, abortos prematuros, retardos mentais, etc. Para consumo humano, é considerada adequada, para um adulto, a ingestão de 0,15 mg de iodo por dia. O teor presente no sal de cozinha é de 20 a 60 mg de iodo por quilo do produto final. Esta é uma regulamentação do Ministério da Saúde.
Na água do mar, o cloreto de sódio, NaCl, está na forma de íons Cl– e Na+, que darão origem ao NaCl sólido, que se precipitará, cristalizará, pela evaporação da água. Então, na água do mar não existe o NaCl, mas sim, íons Na+ e Cl–, os quais darão forma ao composto cristalino, que é agrupado segundo o esquema ao lado.
Qual a diferença entre o sal grosso e o sal refinado?
Quimicamente falando, não há diferença, o que diferencia um do outro, é a granulometria, ou seja, o tamanho físico do grão de sal, que será estipulado pela empresa responsável pela sua extração/processamento, que pode escolher, triturá-lo na forma de pó fino, como o sal refinado de cozinha, ou deixá-lo em grãos maiores, como o sal grosso.
Ambos os sais (sal refinado e sal grosso) são tratados de forma totalmente higiênica e possuem alto grau de pureza, pois os cristais que são formados a partir da evaporação da água do mar, são purificados, através da sua própria cristalização e segundo regras da Vigilância Sanitária.
E o sal light, o que é?
Na verdade, o sal light é um sal com menor teor de íons sódio, ou seja, é uma mistura meio a meio de cloreto de sódio e cloreto de potássio.
Os íons potássio possuem a característica de ficar menos tempo no organismo, quando comparado aos íons sódio, dessa forma, o organismo irá reter menos água e terá menor possibilidade de desenvolver problemas de hipertensão sanguínea. Dessa forma, a ingestão de sal light é melhor do que sal de cozinha convencional. Mas é importante destacar que, embora o teor de sódio seja menor na composição vendida como sal light, a ingestão deste tipo de sal também deve ser controlada. EXCESSO DE SAL NUNCA FAZ BEM!
Sal Marinho, o que é?
A preocupação por uma alimentação saudável vem crescendo nos últimos anos. E isso influencia na busca por informações a respeito de alimentos mais saudáveis. Muita gente tem falado sobre o consumo de sal marinho, como sendo algo diferente do conhecido sal de cozinha (sal refinado, NaCl), no entanto, essa denominação pode gerar graves enganos.
O sal marinho é uma mistura de sais, mas principalmente NaCl, extraído da água do mar, assim como o nosso sal de cozinha. No entanto, o produto que é vendido como sal marinho é um produto menos processado, rico em NaCl, mas que contém sais de magnésio, cálcio e potássio, além de matéria orgânica. Afirmar que o consumo de sal marinho é melhor do que o sal marinho refinado pode ser algo relativo, já que a maior preocupação no consumo de sais deve ser a ingestão cada vez menor de íons sódio. Acredita-se que o consumo do sal light é melhor, considerando que haverá menor ingestão de íons sódio, para uma mesma quantidade de sal.
Aplicações do NaCl
O NaCl, além de ser amplamente utilizado no tempero de alimentos, é também aplicado industrialmente como matéria prima para outras substâncias.
Sódio metálico
A obtenção do sódio metálico, Na, é possível a partir da eletrólise do cloreto de sódio fundido, que também produz gás cloro.
Além do gás cloro e do sódio metálico, o cloreto de sódio pode ser utilizado para obtenção do NaOH, que é bastante utilizado na industria de cosméticos e de produtos de limpeza, para a produção de sabonetes,sabões, detergentes, etc.
Embora o cloreto de sódio, NaCl, na forma de sal de cozinha seja bastante conhecido e utilizado, é importante destacar que o termo “SAL” não diz respeito apenas a esse composto, mas a uma classe enorme de compostos derivados da reação entre um ácido e uma base. Então, NaCl é apenas mais um sal.
https://quiprocura.net/w/wp-content/uploads/2018/11/sal.gif230410Miguelhttp://quiprocura.net/w/wp-content/uploads/2016/10/quiprocura-prof-miguel-1.gifMiguel2018-11-12 11:47:442019-07-02 09:01:36Sal Salgado – Vídeo breve sobre o que é sal
https://quiprocura.net/w/wp-content/uploads/2017/07/tipos-de-sal.jpg599536Miguelhttp://quiprocura.net/w/wp-content/uploads/2016/10/quiprocura-prof-miguel-1.gifMiguel2017-07-10 17:13:002017-07-10 17:13:00O que é Sal Marinho