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Polietileno – PEAD, PEBD e suas aplicações

Escrito por: Miguel A. Medeiros
Publicado em: 20 de julho de 2015

O polietileno (PE) é um dos plásticos mais importantes da atualidade, principalmente quando se fala em termoplásticos. Mas o que é termoplástico?

Os plásticos se dividem em duas classes, termoplástico e termorrígido.

Os termoplásticos são polímeros que podem ser moldados pelo simples aquecimento, podendo se tornar líquidos e tomar a forma desejada. O polietileno ao ser aquecido se deforma e entra em fusão entre 110 e 115°C.

Os polímeros termorrígidos (também conhecidos como termofixos) ao serem aquecidos não sofrem modificações em sua forma, não podendo ser moldados. Os polímeros termorrígidos ao serem aquecidos mantêm as formas iniciais e tendem a se decompor termicamente, entrando em combustão ou sofrendo carbonização (caso não haja atmosfera de oxigênio).

Este polímero, o polietileno pode existir em cinco diferentes variações: PEAD (polietileno de alta densidade), PEBD (polietileno de baixa densidade), PELBD (polietileno linear de baixa densidade ou PEBDL), PEUAPM (polietileno de ultra alto peso molecular) e PEUBD (polietileno de ultra baixa densidade).

O polietileno, em suas variedades, possui propriedades físico-químicas e mecânicas únicas, tais como resistência elevada a impacto, alta flexibilidade, capacidade de ser trabalho por sopro, extrusão e injeção, estabilidade térmica (até 100°C) e química (resiste ao ataque de alguns solventes orgânicos como o hexano e tolueno, ácidos fortes como ácido sulfúrico (H2SO4) e bases fortes como hidróxido de sódio (NaOH) e hidróxido de potássio (KOH)).

No ano de 2012, apenas o Brasil consumiu mais de 2300 milhões de toneladas de polietileno, ou seja, 36% entre todos os termoplásticos consumidos no país. Se for considerada toda a população brasileira, cada pessoa foi responsável por consumir pelo menos 11 kg deste plástico, principalmente através de embalagens.

Embora o polietileno seja bastante versátil, as principais aplicações são nas indústrias de embalagens flexíveis e utensílios domésticos.

A partir de dados da Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis – ABIEF (2013), apenas em 2012, o Brasil consumiu aproximadamente um total de 1 milhão de toneladas de PELBD, dos quais  foram utilizados 770 mil toneladas para produzir embalagens flexíveis, que foram consumidas principalmente pela indústria de alimentos (35% de todas as embalagens). No mesmo período, foram utilizados 440 mil toneladas de PEBD, o que corresponde a 75% do total consumido no país, em 2012, para produzir embalagens flexíveis. Além do PEBD e do PELBD, foram consumidos, em 2012, para fabricar embalagens flexíveis, pelo menos 262 mil toneladas de PEAD, o que corresponde a aproximadamente 26% do total de PEAD consumido em território brasileiro. Dessa forma, percebe-se que praticamente todo o polietileno consumido no Brasil se resume a PELBD, PEBD e PEAD.

As três formas mais consumidas do polietileno, PEAD, PEBD e PELBD possuem aplicações diversas, além de embalagens flexíveis. As aplicações mais comuns são listadas a seguir.

PEAD

Utensílios domésticos e objetos diversos tais como, bacias, bandejas, banheiras infantis, potes para armazenamento de alimentos, brinquedos, assentos sanitários, tampas de garrafa, caixas tipo engradado, caixa d’água, frascos de embalagens diversas (xampu, cremes hidratantes, óleos automotivos, produtos químicos laboratoriais, produtos de limpeza, determinados alimentos).

O código de reciclagem do PEAD é o “2”.

PEBD

O PEBD é utilizado para produzir embalagens industriais e agrícolas, embalagens de alimentos sólidos e líquidos, filmes laminados para alimentos, embalagens para produtos farmacêuticos e hospitalares, brinquedos e utensílios domésticos, alem de revestir tubos e produzir mangueiras de jardim.

O código de reciclagem do PEBD é o “4”.

PELBD

O PELBD possui elevada capacidade de selar a quente, sendo utilizado em embalagens de alimentos, como substituto do PEBD, em alguns casos. Além disso, o PELBD é utilizado em filmes industriais, fraldas descartáveis e absorventes, lonas em geral, brinquedos, artigos farmacêuticos e hospitalares, revestimentos de cabos, plástico bolha, utensílios domésticos, artigos e tampas diversas. Se o PELBD for utilizado em conjunto com o PEAD ou com o PEBD, podem ser fabricadas embalagens para ração animal e embalagens agrícolas.

O código de reciclagem do PELBD também é o “4”.

É importante citar que a reciclagem de polietileno, assim como de outros plásticos, é de grande relevância, tanto do ponto de vista ambiental, como econômico. Então, o símbolo de reciclagem presente em praticamente todas as embalagens plásticas deve ser localizado e utilizado para promover a coleta para o descarte seletivo e possibilitar a reciclagem adequada dos plásticos.

Para saber mais, acesse:

O plástico vem de onde?
http://www.scielo.br/pdf/po/v13n1/15064.pdf
http://resoambiental.com/2015/07/polietileno-o-que-e-onde-e-utilizado/

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