Sal para churrasco e sal do Himalaia – resposta à dúvida

Apresentamos algumas dúvidas enviadas ao QuiProcura e suas respectivas respostas. Se você tiver uma dúvida sobre química, nos encaminhe, que em breve ela poderá estar aqui.

As dúvidas são apresentadas da maneira que são encaminhadas para o blog, com pequenas correções ortográficas, de pontuação e acentuação para facilitar o entendimento.

Lucas disse (dúvida):
Eu vejo vários produtos vendidos como sal. Eu aprendi que o sal de cozinha é NaCl, mas o sal para churrasco ou o sal do himalaia é NaCl também?

Lucas, o tema da sua dúvida já foi discutido aqui no quiprocura, se preferir, veja o texto sobre sal. Para começar, posso te falar que sal é um conjunto de compostos e não apenas um produto específico. Sal é uma função química, que normalmente representa produtos de uma reação química entre um ácido e uma base. Existem centenas ou milhares de diferentes sais. Uma característica comum a todos eles é o gosto salgado, que alguns apresentam em maior intensidade e outros apresentam em menor. Quando falamos sobre sais aplicados à alimentação, destaca-se o NaCl, sal bastante abundante em todo o planeta, seja dissolvido na água do mar ou encontrado em minas subterrâneas em alguns pontos do mundo. No Brasil, o sal de cozinha, que é praticamente só NaCl é extraído da água do mar, por processo específico. O sal grosso, ou sal de churrasco comercializado por aqui também apresenta a mesma origem. O sal light é uma versão “mais saudável” do sal de cozinha comum. O sal light é uma mistura, normalmente, meio a meio de NaCl e KCl, além de aditivos em pequenas quantidades. Este sal é considerado mais saudável por conter menos sódio do que o sal comum. Já o sal do Himalaia é um sal rosa, que normalmente nem é extraído da região do Himalaia, mas recebe esse nome e é comercializado como sal de melhor qualidade. O sal do Himalaia é praticamente NaCl, com uma contaminação característica que dá a coloração rosa. Este sal é extraído de minas subterrâneas de sal, nas quais se extrai pedaços ou placas de sal com vários centímetros. Ou seja, o sal do Himalaia é extraído já na forma sólida, enquanto o sal comum é extraído a partir da água do mar, pelo menos aqui no Brasil. Lendo o texto que é apresentado no início da resposta, você entenderá melhor sobre os diferentes tipos de sal que temos a disposição nos supermercados.




Alimentos sem compostos químicos…

Adriana disse:
A embalagem de um alimento orgânico traz a informação: ‘Isento de elementos químicos’. Eu gostaria de saber se essa informação é correta ou como deveria ser apresentada.

Adriana, com a popularização dos alimentos orgânicos, dúvidas surgem até mesmo sobre a denominação “orgânico“, já que na Química, o termo orgânico é relacionado à todos ou principalmente aos compostos que apresentam C e H em suas composições e dão origem à CO2 e H2O quando sofrem combustão.

Você pergunta se é possível afirmar que um alimento é isento de elementos químicos e a resposta simples é não. Um alimento, seja qual for a forma de produção, não pode ser classificado como sem elementos químicos, já que tudo aquilo que existe e está ao nosso redor, incluindo os alimentos, é formado por um, dois ou diversos elementos químicos combinados entre si.



O que o produtor pretendia informar, é: alimento isento de fertilizantes químicos e agrotóxicos. Alimento produzido por cultura orgânica.

É importante destacar que muita gente associa elementos químicos, ou compostos químicos à compostos danosos à saúde ou ao meio ambiente, de maneira errada, já que existem compostos químicos importantes para a vida.

algo diferente .

Compostos químicos na composição do batom

Mariana perguntou:
Quais são os compostos químicos que estão presentes na composição de batom?

Mariana, os batons utilizados para dar cor aos lábios das pessoas são misturas homogêneas, ou seja, é um conjunto de compostos químicos que se misturam em uma única fase, não sendo possível diferenciar compostos ao olhar para um batom.

Um batom tem em sua composição centenas de compostos químicos, sendo difícil listar todos aqui. No entanto, é possível afirmar que um batom apresenta componentes indispensáveis, tais como as ceras, os pigmentos, óleos perfumantes e alcoóis.

Existem nos batons cera de abelha, cera de candelila  e cera de carnaúba, que são responsáveis por permitir que os batons se apresentem na forma sólida. Os pigmentos são os compostos responsáveis por dar a cor do batom. Para batom rosa, há uma combinação de pigmentos em determinada proporção, que permite uma tonalidade mais ou menos intensa. Os alcoóis são compostos que podem ser usados como solventes em alguma etapa do processo de preparo do batom e permanecem em traços ou ser usado para favorecer a hidratação da pele. Para favorecer a hidratação da pele, utiliza-se glicerol (1,2,3-propanotriol).

Mariana, já escrevemos um texto específico sobre batom, que você pode acessar aqui. Nesse texto, você tem acesso à outras interessantes informações sobre composição e histórico de batons.

Água destilada e água de torneira – resposta à dúvida

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Regis disse (dúvida):
“Qual é a diferença entre a água normal de torneira e a
água destilada?

Regis, a água de torneira é uma solução homogênea, pois além de H2O, pode possuir muitos sais ou íons dissolvidos, tais como: cloreto, sulfato, fluoreto, sódio, potássio, magnésio, ferro e outros. Além dos íons naturalmente encontrados na água, a companhia de tratamento (a responsável por colocar a água no encanamento que chega até a sua casa) adiciona agentes para desinfecção da água, ou seja, substâncias que eliminam vírus, bactérias e outros micro-organismos que podem estar presentes. Os hipocloritos são as substâncias mais comuns (hipoclorito de sódio e hipoclorito de cálcio). Além de substâncias com ação desinfectante, há também a adição de fluoretos, que ajudam a minimizar problemas dentários, como a cárie. E graças à movimentação da água, em ambiente aberto, desde o afloramento na nascente até o direcionamento para as tubulações que terminarão em sua residência, grande quantidade de ar atmosférico também dissolve na água e estará presente na água da torneira de sua casa.

A água destilada, por sua vez, é uma versão mais purificada da água de torneira, ou seja, apresenta menos íons dissolvidos e não possui gases dissolvidos. Para obter água destilada, basta ferver uma porção de água de torneira ou água filtrada e recolher e condensar o vapor que é formado na ebulição da água. Esse vapor condensado, aquele mesmo que fica na tampa da panela, quando se cozinha arroz, é um exemplo de água destilada. Mas em laboratórios ou indústrias, a produção de água destilada é um pouco mais sofisticada do que pegar água da tampa de uma panela. Na destilação de água em laboratórios ou indústria, recolhe-se todo o vapor formado da ebulição da água (ou a sua maioria) e força a sua condensação, obtendo água destilada, com poucos íons dissolvidos, que foram carreados pelo vapor e nenhum ou pouquíssimo gás dissolvido.

Devido ao fato da água destilada não apresentar, ou apresentar poucos íons dissolvidos, a sua ingestão não deve ser realizada, pois pode diminuir de maneira perigosa a concentração de sais no organismo vivo. Além disso, o seu sabor é caracteristicamente diferente do sabor da água potável.

Transformações químicas e físicas – resposta à dúvida

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Sérgio disse (dúvida):
Minha professora de física nos fez uma pergunta muito intrigante, … cozimento de arroz é classificado como um fenômeno físico ou químico?

Sérgio, transformação química é aquela que ocorre com modificação da composição das substâncias iniciais e formação de novas substâncias. Já a transformação física é aquela que ocorre com conservação da composição de substâncias iniciais.
Reversibilidade, irreversibilidade e conservação da massa são características que podem ser de ambos os processos (transformação física e transformação química da matéria).
O cozimento de arroz é uma transformação química, já que ocorre alterações na composição das substâncias iniciais ( presentes no grão de arroz cru), com formação de novas substâncias.
O cozimento de arroz é uma sequência de reações, que podem variar de acordo com a forma de preparo de cada cozinheiro ou o tipo do arroz.
A cocção de arroz, normalmente se inicia com a adição de óleo vegetal na panela quente e adição dos grãos de arroz, que serão fritos por alguns minutos, normalmente, até mudarem sua aparência para um tom mais banco, o que caracteriza transformações químicas por aquecimento. Esse processo ajuda os grãos de arroz ficarem mais soltos no final do cozimento, já que o grão é selado. Se o arroz começar a dourar, ocorre aí reações de caramelização, já que é rico em carboidratos. Ao adicionar água fervente (ou não), o arroz frito (refogado) começa a sofrer hidratação e os carboidratos presentes sofrem alterações estruturais irreversíveis. Esse processo de hidratação é conhecido como gelatinização do amido, que é responsável pela maciez e textura do grão cozido. Para cada tipo de arroz há uma proporção de água/arroz a ser utilizada para que os grãos fiquem com maciez e textura agradável, embora maciez e textura sejam características que dependem de quem degusta o arroz.
Sérgio, o processo de cozimento de arroz é considerado um fenômeno químico, pois devemos analisar a substância inicial, grão de arroz cru e a substância final, grão de arroz cozido, embora envolve também transformações físicas paralelas (como a evaporação da água e a dissolução do sal em água).

Você pode testar seus conhecimentos sobre fenômenos químicos e físicos em nosso formulário https://forms.gle/NwPMKGRBQb6gSwAj8.

Diferença entre gás e vapor – Resposta à dúvida

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Léo disse (dúvida):
Qual é a diferença entre gás e vapor?

Léo, é comum definir gás como um estado físico, ou seja, um estado no qual as partículas se encontram o mais distantes uma das outras. Já vapor, é definido como sendo o gás em temperaturas bem próximas da ebulição do líquido. Olha só um exemplo, a água líquida que a ~100°C entra em ebulição, ferve ou seja, passa do estado líquido para o gasoso, em temperaturas próximas a 100°C a água gasosa é considerada vapor, entretanto, se aumentarmos a temperatura do vapor e passar para 150°C, ele não será mais vapor, mas sim, um gás. A diferença é sutil, entretanto há uma diferença. Aqui, falamos sobre transformações físicas da matéria, incluindo vaporização.




Misturas Azeotrópicas – resposta à dúvida

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Célio disse (dúvida):
Qual é a proporção de álcool utilizada na água para a mesma não congelar?
Depois desta mistura, qual é a temperatura de congelamento?
Qual tipo de álcool é utilizado?
Qual é a finalidade desta mistura, em qual empresa e utilizada essa mistura?

Célio, sua dúvida é interessante e bastante atual. Diferentes substâncias podem ser utilizadas para evitar que a água congele na temperatura normal (0°C), sendo essas substâncias chamadas de anticongelantes, mas essas substâncias fazem com que a temperatura de congelamento da água diminua. Como você cita, o álcool (álcool etílico, ou etanol) é utilizado para diminuir a temperatura de congelamento da água, mas não há uma única proporção que possibilite a redução da temperatura de congelamento, ou seja, quanto mais etanol você adicionar em uma determinada quantidade de água, menor será a temperatura de congelamento, lembrando que a temperatura de congelamento do etanol puro é -117°C. Uma mistura de 50% de água e 50% de etanol resiste no estado líquido ainda em -50°C, por exemplo. O maior problema é ter acesso a congeladores com capacidade de resfriamento abaixo dos 18 graus Celsius negativos (temperatura atingida por congeladores domésticos).
Você pode utilizar diferentes álcoois para reduzir a temperatura de congelamento da água. Os mais comuns são o etilenoglicol e dietilenoglicol, que também podem ser utilizados para aumentar a temperatura de ebulição. Esses compostos são amplamente utilizados em sistemas de resfriamento, para evitar ou retardar a ebulição ou o congelamento da água. Empresas que necessitem de resfriamento de sistemas podem utilizar a circulação de soluções aquosas, seja para evitar o superaquecimento, como ocorre em motores de automóveis ou para resfriar bebidas em processo de produção, como a cerveja.

Dióxido de Carbono – Importância para a vida e suas aplicações

DIÓXIDO DE CARBONO – FONTES E IMPORTÂNCIA PARA A VIDA

O dióxido de carbono (CO2) é um gás inseparável da maioria das formas de vida no planeta Terra. O gás  carbônico ou dióxido de carbono (CO2) é o gás que exalamos quando respiramos. Esse gás é um dos produtos finais do metabolismo celular, ou seja, quando um composto orgânico é queimado/metabolizado nas células, há formação de CO2 e H2O como produtos principais. O dióxido de carbono possui massa molar igual a 44g/mol e se apresenta, em condições ambientes, como um gás.

O gás carbônico é também um gás produzido a partir da queima/combustão completa de material orgânico (composto formado principalmente por átomos de carbono e hidrogênio, podendo conter heteroátomos), que ocorre na presença de gás oxigênio e quantidade de energia suficiente para iniciar a reação. Quando a reação de combustão se inicial, se há material orgânico e gás oxigênio, haverá grande liberação de energia, em quantidade superior à energia fornecida para iniciar a reação. Embora o CO2 seja o produto final da oxidação do átomo de carbono e seja relativamente inerte em condições ambiente, esse composto não é sempre inerte, pois vegetais possuem a capacidade de absorver tais gases, combiná-lo com moléculas de água (H2O) e produzir carboidratos, em um processo conhecido como fotossíntese.

É graças à fotossíntese, principalmente, que o dióxido de carbono é recuperado à compostos de carbono que, por sua vez, podem ser consumidos por animais, possibilitando as formas de vidas existentes em nosso planeta.

Quando é gerada energia em uma célula, por exemplo, é liberado CO2 e também energia. A energia produzida pode ser usada para levantar um peso ou até mesmo gerar um pensamento.

O dióxido de carbono não é produzido apenas a partir da queima completa de compostos orgânicos (seja na respiração de organismos vivos ou na combustão de material orgânico), mas também a partir da fermentação de carboidratos, que é um processo de produção de energia, mas sem a presença de gás oxigênio, ou seja, um processo anaeróbico. No processo de fermentação de um carboidrato, haverá a formação de um álcool e também dióxido de carbono. É através do processo de fermentação de um carboidrato que o etanol é produzido no Brasil, por exemplo. E a cerveja, bebida bastante popular no país, é o produto direto da fermentação de carboidratos. A cerveja por ser uma bebida alcoólica derivada da fermentação de carboidratos, já possui gás carbônico dissolvido em sua composição, desde a fermentação. E é esse gás que é um dos responsáveis pela formação da espuma da cerveja.

Quando o gás carbônico é dissolvido em água, ocorre uma reação química que fica em equilíbrio químico. A dissolução de CO2 e água produz ácido carbônico, H2CO3, que pode se decompor e formar novamente CO2 e H2O. Esse equilíbrio químico pode ser afetado por variação de temperatura, concentração de gás carbônico, por exemplo (veja mais sobre equilíbrio químico).

O gás carbônico proveniente da fermentação de carboidratos também é usado na produção de pães, para deixar a massa mais macia e fofa. Mas na produção de bolos, por exemplo, é utilizado fermento químico, que produz dióxido de carbono, mas através da decomposição de uma substância química. A produção de gás é menor nesse processo químico, daí o uso de fermento químico ser mais comum em massas leves.

A atmosfera terrestre possui grande quantidade de gás carbônico dissolvido. Se considerarmos a atmosfera seca, sem vapor de água, o CO2 é o 4º principal gás. Esse gás presente na atmosfera é o que participa da fotossíntese e também do efeito estufa, que permite o equilíbrio de temperatura na Terra. Devido à queima excessiva de combustíveis não renováveis, como os derivados de petróleo, a concentração de gás carbônico tem aumentado ao longo dos anos, intensificando o efeito estufa e favorecendo o aquecimento global.

Nas águas naturais, tais como rios, lagos e oceanos há grande volume de dióxido de carbono dissolvido e na forma de carbonatos, como os presentes nas conchas de moluscos marinhos. Na forma de calcário, o CO2 pode ser encontrado em rochas calcárias, que nada mais são do que calcários metálicos, como o carbonato de cálcio (CaCO3) ou o carbonato de sódio (Na2CO3).

Escrito por: Miguel A. Medeiros
Revisado em: 15 de fevereiro de 2016

Descrição das Famílias da Tabela Periódica (V)

Grupo 3 a 12 – Metais de Transição (Famílias B)


Os elementos pertencentes aos grupos 3 ao 12 são também chamados de metais de transição. Os elementos de transição são considerados os possuidores dos orbitais de valência 3d, 4d e 5d, além dos lantanídeos e os actinídeos, que possuem orbitais de valência 4f e 5f. Os lantanídeos e os actinídeos são denominados elementos de transição interna.Os elementos de transição receberam esta denominação de Mendeleev, que verificou que as propriedades destes elementos eram intermediárias às dos elementos, que hoje são classificados como, bloco s e bloco p. Os elementos de transição possuem características que os diferenciam de qualquer outro conjunto de grupos de elementos da Tabela Periódica. Todos os elementos de transição são metais e possuem alta condutividade térmica e elétrica. Em adição em ligas metálicas, aumenta a temperatura de fusão e ebulição, além de aumentar a resistência mecânica da liga. Muitos elementos de transição possuem vários estados de oxidação, geralmente, mais de dois. Alguns destes elementos, como o ferro e o cobre são conhecidos e utilizados desde a antiguidade. O ferro meteórico era trabalhado à milhares de anos, antes mesmo da metalurgia surgir. Algumas civilizações acreditavam em um mito que o céu era constituído de ferro, e quando se quebrava, caía um pedaço na Terra, que na verdade era ferro meteórico, oriundo do espaço. O cobre é um outro elemento trabalhado desde a antiguidade, que era moldado a marteladas. Após o desenvolvimento da metalurgia, passou a ser possível derreter o cobre, surgindo então a Idade do Bronze, quando se construíam objetos a partir liga de cobre e estanho. Não somente o cobre e o ferro são conhecidos e utilizado a tanto tempo, há também o ouro e a prata, que desde o início de sua utilização são desejados e apresentam aplicações voltadas para a área financeira e de ornamentação (ver aplicações de ouro e prata).Alguns elementos de transição, como dito, são conhecidos e utilizados desde muito tempo, mas outros foram obtidos ou sintetizados há poucos séculos, ou décadas. 

Referência bibliográfica:
1.
 Medeiros, M. A.; Texto retirado na íntegra do software QuipTabela 4.01; 2004.

Aplicações para estes elementos são encontradas nas mais diversas áreas da indústria e da pesquisa. Algumas aplicações comuns para muitos destes elementos são na constituição de ligas metálicas para os mais diversos fins e corantes, entre tantas outras importantes aplicações destes elementos (ver aplicações dos elementos de transição).



Série dos Lantanídeos

Os elementos da série dos lantanídeos são também conhecidos como lantanóides ou terras-raras. O termo terra-rara foi usado, inicialmente, para descrever qualquer óxido de ocorrência pouco conhecida e até, aproximadamente, 1920, ThO2 e ZrO2 eram incluídos como terras-raras. Depois de algum tempo, a denominação terras-raras passou a ser empregada para os elementos e não mais para os seus óxidos. Esta classificação passou a ser mais restrita, sendo dada para elementos que dificilmente se separam. Os metais terras-raras, geralmente, ocorrem na natureza juntos, no mineral monazita e gadolinita. Estes elementos são: lantânio, cério, praseodímio, neodímio, promécio, samário, európio, gadolínio, térbio, disprósio, hólmio, érbio, túlio, itérbio, lutécio e algumas vezes: ítrio e escândio.
Os elementos terras-raras foram isolados a partir do século XIX, principalmente a partir de 1839, quando C. G. Mosander isolou o cério e o lantânio, que também isolou, em 1843, o ítrio, o térbio e o érbio. Outros 11 elementos foram isolados até o início do século XX, mas só em 1945, que o promécio foi observado e isolado a partir de produtos de fissão do urânio-235, por cientistas americanos ( ver histórico do elemento).

Os lantanídeos apresentam propriedades químicas semelhantes, no entanto, elas não variam de maneira periódica. Esse foi um problema para a colocação deles na Tabela Periódica.

Referência bibliográfica:
1. Medeiros, M. A.; Texto retirado na íntegra do software QuipTabela 4.01; 2004.

Entretanto, estudos sobre estruturas eletrônicas e números atômicos possibilitaram a verificação que os elétrons mais externos destes elementos ocupavam o nível n = 4, e o orbital 4f era preenchido por elétrons. Isso colocou os elementos dispostos em uma série isolada do bloco principal da tabela. Essa série foi colocada na horizontal, pois a homogeneidade dos elementos aparece com o aumento do número atômico.



Série dos Actinídeos

Os elementos da série dos actinídeos também são chamados de actinóides. Eles formam um grupo de 14 elementos, excluído o actínio.

O nome actinídeo é uma referência ao actínio, o protótipo da série.

Em 1945, Glenn T. Seaborg publica uma tabela periódica, na qual há pela primeira vez uma nova série de elementos, que tinha o tório como inicial. Essa série de elementos era os actinídeos.

Essa nova série de elementos possuía apenas o tório, o protactínio e o urânio como elementos naturais. No entanto, a partir de meados da década de 1940, estudos sobre síntese de átomos pesados se concretizaram e foram produzidos os elementos: netúnio, plutônio, amerício, cúrio, berquélio, califórnio, einstéinio, férmio, mendelévio, nobélio e laurêncio. Esses eram os elementos da série dos actinídeos, que possuíam elétrons preenchendo o orbital 5f, o que lhes conferiam um diferencial, assim como os lantanídeos.

A descoberta de pelo menos a metade dos elementos dessa série se deve aos estudos e trabalhos desenvolvidos com o auxílio de Seaborg, que também propôs a série.

A maioria dos elementos desta série é artificial e todos são radioativos, entretanto, isso não impede que eles sejam utilizados pelo homem. Atualmente, diversas aplicações existem para estes elementos, mas a maioria voltada para suas propriedades radioativas, como produção de energia.

Referência bibliográfica:
1.
 Medeiros, M. A.; Texto retirado na íntegra do software QuipTabela 4.01; 2004.

Os estudos do desenvolvimento destes elementos possibilitaram a síntese de outros elementos de transição, os chamados transactinídeos, que se iniciam a partir do número atômico 104.

 

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Descrição das Famílias da Tabela Periódica (IV)

Grupo 17 – Halogênios (Família VIIA)


Os elementos do grupo 17 são também conhecidos como halogênios, que deriva do grego e significa formador de sal. Essa denominação foi inicialmente dada ao elemento cloro, em 1811, por J. S. C. Schweigger, para descrever as propriedades do elemento, que sempre estava associado a metais, dando origem a sais. Posteriormente, o termo halogênios foi estendido para os outros elementos com características semelhantes ao cloro. Anos depois, eles vieram a pertencer ao mesmo grupo na classificação periódica dos elementos químicos.Os halogênios possuem caráter não metálico elevado, sendo o flúor o de maior caráter não metálico. 
Os elementos deste grupo possuem configuração eletrônica da camada de valência igual a ns2np5 e todos possuem a capacidade de formar, pelo menos, um íon com número de oxidação -1. 
Compostos de halogênios são usados desde a antiguidade. Em aproximadamente 200 a.C. o cloreto de sódio era usado como forma de pagamento, ou seja, como uma espécie de moeda. Evidências arqueológicas mostram que em muito antes de 200 a.C., em 3000 a.C., um sal de halogênio já era utilizado. No entanto, só depois de muitos séculos que os elementos foram obtidos em formas puras. 
Os halogênios são bastante abundantes e possuem diversas aplicações, principalmente, seus compostos, que podem ser aplicados no cotidiano das pessoas, assim como na indústria de uma forma em geral. 

Referência bibliográfica:
1.
 Medeiros, M. A.; Texto retirado na íntegra do software QuipTabela 4.01; 2004.


O astato é outro elemento químico deste grupo, mas não há relato de compostos estáveis deste elemento, já que o seu tempo de meia vida é de apenas 7 horas. 


Grupo 18 – Gases Nobres (Família 0)

Os elementos do grupo 18 são também conhecidos como gases nobres ou gases raros. Essas denominações são devidas à baixa reatividade e pequena abundância destes elementos em nosso planeta.Os elementos do grupo 18 possuem configuração eletrônica da camada de valência igual a ns2np6. Eles não têm a capacidade formar íons, em condições normais, assim como os outros elementos. Daí a baixa reatividade destes elementos, e a ausência de compostos naturais de gases nobres.Estes elementos inertes eram desconhecidos até o final do século XIX. Em 1894, o argônio foi caracterizado como um componente do ar atmosférico ainda desconhecido. O hélio foi primeiramente identificado no Sol, a partir da análise espectroscópica da luz de um eclipse total do Sol, em 1868. No entanto, acreditavam que este elemento existiria só no Sol, mas não na Terra. Em 1890, William F. Hillebrand, a partir do tratamento de minérios de urânio, obteve uma substância gasosa que acreditava ser nitrogênio. William Ramsay, no entanto, mostrou que este gás era um novo elemento e que era o mesmo que havia sido detectado a partir da análise espectral da luz do eclipse solar.Os outros gases nobres foram caracterizados, também, a partir do ar atmosférico liquefeito. O criptônio, o neônio e o xenônio foram obtidos como frações da destilação fracionada do ar atmosférico liquefeito. 

Referência bibliográfica:
1. Medeiros, M. A.; Texto retirado na íntegra do software QuipTabela 4.01; 2004.

O radônio foi identificado, em 1900, como um produto da desintegração do rádio, por Friedrich E. Dorn.

 

Metais de Transição (Grupo 3-12)

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