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Enxofre – Aplicações
Escrito por: Miguel A. Medeiros
Revisado em: 29 de junho de 2015
O enxofre é um elemento representativo, que se encontra no 16º grupo da Tabela Periódica (Família 6A), que também é chamado de família dos Calcogênios. Ele é o segundo elemento deste grupo, possui número atômico igual a 16, massa molar 32,06 g/mol e símbolo químico, “S“.
O enxofre é conhecido desde a antiguidade e é citado até na Bíblia: Gênesis 19,24: “O Senhor fez então cair sobre Sodoma e Gomorra uma chuva de enxofre e fogo, vindo do Senhor do céu“. Outra passagem bíblica também pode ser citada, tal como: Deuteronômio 29,23.
Há registros que mostram a utilização do enxofre pelos egípcios, por volta do século XVI a.C..
Durante a Idade Média, os alquimistas acreditavam que era possível transformar outros metais em ouro. Uma mistura ideal de enxofre e mercúrio era creditada como possível formadora de ouro. Os alquimistas nunca provaram suas suposições referentes a isso.
O seu nome deriva do latim sulphurium, enxofre.
O enxofre é um sólido amarelo e de odor característico, que ocorre isolado na natureza, em jazidas localizadas em terrenos de origem vulcânica, com alto grau de pureza, acima de 99%. Ele ocorre também na forma de compostos, tais como: a pirita (FeS2), a galena (PbS), a blenda (ZnS) e o sal de Epson (MgSO4 . 7H2O), além de diversos sulfatos e outros compostos.
O enxofre é utilizado na fabricação de pólvora, fungicidas, fertilizantes, ácido sulfúrico e na vulcanização de borracha. Ele é também usado na indústria de fármacos (alguns sulfatos e antibióticos, pomadas, etc.), na indústria do papel e na constituição de sabão em pó. O enxofre também é utilizado na composição de sabonetes de enxofre, que possuem a capacidade de tratar problemas de pele como acne (cravos e espinhas) e manchas, pois o enxofre ajuda a remover pele morta e desobstruir os poros.
Grande parte do enxofre utilizado atualmente é obtida do petróleo. O enxofre é uma impureza indesejável do petróleo, pois em grandes quantidades, quando queimado, produz os chamados SOx. Os combustíveis derivados do petróleo possuem determinadas quantidades de enxofre, que quando queimadas, no motor a combustão, geram compostos, como o SO2 e SO3, que livres na atmosfera, reagem com vapor d’água originando ácido sulfúrico (H2SO4), um dos principais constituintes das chuvas ácidas, juntamente com o ácido nítrico, derivado do nitrogênio.
S(s) + O2(g) → SO2(g)
O dióxido de enxofre quando em contato com a água da umidade atmosférica pode produzir o ácido sulfuroso.
SO2(g) + H2O → H2SO3(aq)
Subsequente oxidação lenta produz o ácido forte, ácido sulfúrico, H2SO4.
2 H2SO3(aq) + O2(g) → 2H+(aq) + 2HSO4–(aq)
Esta pode ser uma via para a produção do ácido sulfúrico responsável pela chuva ácida, no entanto, uma outra via é mais comum, a oxidação do dióxido de enxofre a trióxido de enxofre.
SO2(s) + O2(g) → SO3(s)
O SO3 é, então, hidratado, ou seja, entra em contato com água da atmosfera e produz o ácido sulfúrico.
SO3(s) + H2O → H2SO4(aq)
O ácido sulfúrico é um dos compostos mais produzidos na indústria mundial, ele é altamente corrosivo e pode carbonizar matéria orgânica, assim como corroer matéria orgânica assim como rochas calcárias.
O dióxido de enxofre é utilizado como gás desinfetante, agente branqueador e gás refrigerante. Já o bissulfito de sódio é utilizado também como agente branqueador na indústria de produção de papel. Os diversos sulfatos são sais com aplicações diversas, desde a agricultura até a área de saúde humana.