Aspirina - De resfriados a dores musculares Escrito
por:
Miguel A. Medeiros Resfriados, dores de cabeça, dores musculares, inflamações e gripe. Qual é a solução para estes problemas? Aspirina é a solução. Pelo menos, é o que dizem os comerciais de TV. Quem nunca viu um dos comerciais da Aspirina? Acredito que todos os que assistem TV. Entretanto, o que é a Aspirina? Aspirina é uma marca registrada, pertencente a Bayer, empresa alemã de produtos químicos e farmacêuticos. Esta marca, Aspirina, é um medicamento utilizado para diversos fins terapêuticos, tais como: analgésico, anti-inflamatório e desplaquetador sanguíneo (faz o sangue ficar mais líquido, mas "fino"). Caso você já tenha assistido um comercial deste medicamento, deve ter notado uma advertência em seu final. Esta é uma advertência que deve ser considerada, pois como dito, a Aspirina pode ralear o sangue e um caso de Dengue simples pode se transformar em Dengue hemorrágica (sangramento sem coagulação do sangue). As plaquetas são as responsáveis pela coagulação sanguínea. Qual é o princípio ativo da Aspirina? O seu uso é somente benéfico? O princípio ativo da Aspirina é o Ácido Acetil-Salicílico (AAS), que faz parte do grupo de medicamentos chamado NSAID's - Non Steroidal Anti - Inflamatory Drugs ou drogas não esteroidal anti-inflamatórias. O membro mais comum dos NSAID's é o ácido acetil-salicílico, cujo uso como medicamento iniciou-se no fim do século XIX. Desde 400 a.C., era de conhecimento que a febre poderia ser baixada ao mastigar um pedaço de casca de Salgueiro. O agente ativo presente na casca desta planta foi identificado em 1827, como sendo um composto aromático, a Salicina, que poderia se transformar facilmente em álcool salicílico, por simples hidrólise. O álcool salicílico, por sua vez, poderia ser oxidado, dando origem ao ácido salicílico. O ácido salicílico possui alta e efetiva ação sobre redução de febres, com atuação analgésica e anti-inflamatória. Entretanto, descobriu-se que ele possui, também, alta ação corrosiva às paredes estomacais. Sendo assim, o seu uso não não é recomendado com freqüência diária. Para
solucionar o grande problema da corrosão das paredes estomacais, o grupo -OH ligado ao diretamente ao anel aromático é
convertido a éster acetato, dando origem ao ácido acetil-salicílico
(AAS). Essa alteração na estrutura produz um composto com ação menos potente,
mas também, menos corrosivo para o estômago.
Como a AAS é um ácido fraco, quando em meio fortemente ácido (como dentro do estômago, pH~1), a sua base conjugada, o íon acetilsalicilato, reage com o H+ e forma a molécula neutra. A membrana celular é permeável somente a moléculas neutras, então, a molécula neutra de AAS atravessa a parede celular do estômago. Nessa nova região a concentração de H+, [H+], é menor do que no estômago (meio é mais básico), então o AAS se ioniza, aumentando a [H+] no interior da membrana, provocando assim, sangramentos, ulcerações e irritações gástricas. O fato é que a absorção terapêutica da Aspirina, ou melhor, do ácido acetil-salicílico, é realizada no intestino, ou seja, só quando o AAS estiver no intestino é que a ação analgésica e anti-inflamatória terá efeito. A absorção realizada no estômago não tem grandes efeitos deste tipo. Em um comprimido de Aspirina há 400 mg de ácido acetil-salicílico (AAS), quantidade relativamente pequena, mas de efeito terapêutico razoável. Para uma criança, a ingestão de 15 gramas de AAS pode ser fatal. Sendo assim, a Aspirina é mais perigosa do que se pensa e se vê nos comerciais de TV. Um outro problema relatado ao uso deste medicamento é a Síndrome de Reye, um problema com sintomas de gripe, que ataca principalmente crianças e adolescentes. Alternativas Alternativas ao uso do ácido acetil-salicílico, são outros NSAID's, o ibuprofeno e o naxopreno. O ibuprofeno é quase tão potente quanto o AAS, sendo menos propenso a causar distúrbios estomacais. Muitos atletas utilizam este medicamento como um "outro grupo básico de alimentos", devido a sua ação anti-inflamatória e anti-dor. O
naxopreno é, também, tão potente quanto o AAS, mas
possui um diferencial, permanece ativo no organismo por um tempo superior a 5 vezes o tempo de permanência do AAS.
Em alguns países, o uso do Ácido Acetil-Salicílico (AAS) foi banido para tratamento terapêutico, sendo empregado medicamentos como o ibuprofeno e o naxopreno, que são menos danosos para o organismo. *O texto e as figuras desta página foram produzidos por Miguel A. Medeiros. A reprodução destes, merece autorização ou referência ao autor. Além do endereço desta página. |